Este esquema em pirâmide conseguiu enganar entre 1,8 a 3 milhões de pessoas, em mais de mil milhões de euros. Foi o golpe dos 350% ao ano!
Qualquer pessoa com experiência em negócios e investimentos sabe que a LibertaGia era apenas mais uma fraude, apresentada como marketing multinível. Não existem dúvidas! A promessa de ganhos de 350% por ano ou superiores, no caso de recrutar novos afiliados, serviu de chamativo para angariar muito dinheiro, porque nunca existiu um negócio sustentável por detrás.
É impressionante como ainda existem pessoas que acreditam nestes esquemas e investem aquilo que têm e não têm a acreditar numa mentira. Depois da TelexFree, Geteasy e de outras, parece que não ainda não aprenderam a diferenciar entre uma empresa de marketing multinível e uma fraude. Continue para saber toda a verdade sobre o esquema em pirâmide LibertaGia.
Promessas de (muito) dinheiro fácil a abrir sites durante segundos
A LibertaGia apareceu em outubro de 2013. Com uma empresa registada em Portugal, com um capital social de 5.000€, sob o nome JoiadMirada – Sociedade Unipessoal, Lda e com uma empresa registada no paraíso fiscal Bahamas – perfeito para fazer lavagem de dinheiro no esquema. Foi assim que começaram a enganar as primeiras vítimas e a recrutar os primeiros líderes, cujo objetivo era recrutar novas vítimas no esquema, em troca do pagamento de comissões e benefícios absurdos.
Inicialmente, a 12 de outubro de 2013, foi apresentada como uma revolução que vinha por aí, através do spam feito nos meios de comunicação sociais portugueses. A notícia da Lusa publicada foi esta “Tecnológica brasileira investe 1 milhão de euros e cria 50 empregos em Lisboa“.
Não havia qualquer tecnológica brasileira!
Esquema em pirâmide foi montado em Portugal, por um grupo de faraós – inventores de golpes em pirâmide, conhecidos por G12, que fugiram do Brasil depois do endurecimento das leis naquele país. Lá, fraudes como a TelexFree, BBOM e outros golpes semelhantes foram bloqueadas pela justiça.
Rui Pires Salvador é apenas o “testa de ferro“. No passado pertenceu à BBOM, uma empresa denunciada pelo Ministério Público de São Paulo por operar como uma pirâmide financeira.
Noutros tempo o burlão foi motorista de autocarros e empregado de mesa. Apresentava-se de visionário para conseguir aliciar novos participantes.
De acordo com a informação publicada pelo EL PAÍS, a LibertaGia arrecadou em menos de dois anos, um total de 1,079 milhões de euros. A atração principal foi o retorno absurdo de 350%.
Para participar no esquema estavam disponíveis pacotes $399, $899, $1.599, $2.999 e $5.999. Por mais estranho que seja, cada participante da megaburla LibertaGia podia comprar múltiplos pacotes.
Os produtos virtuais livebx ou o clickplus serviram para disfarçar a pirâmide. Quase nenhum afiliado usava esses produtos virtuais de fachada e não eram rentáveis.
Para “queimar” créditos virtuais do backoffice criaram o GiàGift, um site de sorteios clandestino, onde supõe-se que os prémios eram ganhos por cúmplices.
A máquina do dinheiro fácil parou em agosto de 2014, quando a entrada de novos participantes caiu. Daí para a frente, tentaram atrasar ao máximo os pagamentos. Cartões pré-pagos não funcionavam, problemas atrás de problemas e muitas mentiras.
O ex-diretor da LibertaGia desvendou o esquema piramidal em 2014, mas várias pessoas ignoraram o alerta.
Hoje, Rui Salvador e os seus principais cúmplices estão em lugar incerto e a Internet está cheia de avisos sobre o esquema e os burlões:
- LibertaGia aliciou entre 1,8 a 3 milhões de investidores (fraude.pt)
- LibertaGia burlou 1,8 milhões investidores – PJ e Justiça de Espanha investigam fraude (tenhodividas.com)
- LibertaGia enganou mais de 1,8 milhões de Investidores (marketingmultinivel.pt)
O que dizem as vítimas LibertaGia
Sabendo que era tudo uma megaburla e não havia um negócio sustentável, que pudesse pagar o retorno prometido, os afiliados começaram já a denunciar como funcionava o esquema.
De acordo com o Correio da Manhã, no artigo “Rede saía da Madeira com malas de dinheiro“, durante este tempo os burlões marcaram várias reuniões em hotéis na ilha da Madeira, para vender sonhos em troca de dinheiro vivo.
“Eles vinham-nos aqui vender sonhos e levavam esses sonhos em dinheiro vivo. Enchiam malas de dinheiro. Fala-se que nalguns casos chegavam a levar 60 a 90 mil euros”, disse um dos lesados.
“Não havia cá cheques ou transferências.”
Quem entra num esquema baseado em cliques ou visualizar sites e acredita que pode ganhar 350% ao ano, ou quer burlar, ou está a pedir para ser burlado.